sábado, 7 de abril de 2007

os primeiros olhares de Tati Gonçalves*

1º DIA – Segunda feira dia 02 de Abril de 2007

Que estranho fui pra rua e fiquei parada... Tava muito curiosa pra saber como seria e se encontrasse alguém conhecido? Eu não ia poder falar! Aiaiai não queria encontrar ninguém a não ser os desconhecidos.... Lá as linhas de raciocínios me divertiam – O que ta acontecendo aíííí??? – Que que é isso é teatro??? – Fica aí meu que já já você entende! - Não to entendendo nada! Só sei que aquela ruiva ali é muito gostosa!

Senti o vento vi as pessoas passarem sem me notar... invisível??? Não... alguém me viu e ficou curioso para saber o q estava acontecendo. Quando uma senhora se assustou com um de nós deu vontade de rir, não segurei ri e contagiei os outros... uma sensação boa fazia parte de mim, mas quando o mundo se escondeu... Quando não pude mais ver o que estava acontecendo tive medo, me agoniei e quando pude ver tudo de novo senti um grande alivio.

2º DIA – Dia 04 de Abril de 2007

Você viu o Zé? Putz... ele marcou comigo aqui e não apareceu...que estranho ninguém viu o Zé...de boné vermelho baixinho...

A senhora viu o Zé???...Calma, calma senhora é só o Zé... não é nada feio não só me responde se viu o Zé...ta bom, ta bom...obrigada assim mesmo ta?!

Oi você viu o Zé? Não precisa se afastar não... só to perguntando se a senhora viu o Zé, calma eu vi que a senhora esta grávida, mas eu não vou te fazer nenhum mal só estou procurando o Zé...

Em meio às barulhos de carros, conversas, passos apressados, um cheiro de incenso me invadiu e nada de encontrar o Zé... no Largo do Rosário duas senhoras estavam sentadas na praça...elas deviam saber, afinal já estavam ali a algum tempo...

Oi da licença... Vocês viram o Zé???– E o sotaque gaúcho me respondeu - Não vi não... mas se tu marcou com ele aqui espera que ele aparece – Mas já estou rodando por aqui faz tempo e ele não apareceu!

Se encontra-lo, por favor, diga que estou procurando...



*enviado por email.


quarta-feira, 4 de abril de 2007

Você viu o Zé?????


SEGUNDO ENCONTRO - diA 04 De ABrIL dE 2006:
Hoje ficamos a maior parte do tempo dentro da sala de trabalho no Centro Cultural Carlos Gomes, começei passando os Vídeos dos Saudáveis Subversivos para o grupo ver. Assitimos o "Em branco" e o "Estranho, um cara comum".
Depois fomos trabalhar os corpinhos....
Primeiro, pedi que eles empurrassem o chão enquanto observavam a própria respiração (primeiro deitados de costas e depois em outras posições), de certa forma, a 'resposta' ao exercício foi discreta, pequena e sem muito fluxo, há muito o que se ganhar na relação Corpo e Espaço. Depois trabalhei um exercício que aprendi com a Cris Steves (Sp) na oficina de View Points, um treinamento muito interessante para se tratar de uma forma mais palpável a questão da "presença" e de "estar em resposta", que são aspectos centrais do trabalho do ator. E foi um bom começo.
A Ação de hoje foi

Procurar o Zé.



O Zé é homem comum, o tipo que exixte em qualquer lugar e que todo mundo conhece um.
No nosso jogo, cada um cria seu próprio Zé e sai pelas ruas a sua procura, abordando as pessoas que passam ou as dos estabelecimentos comerciais. O motivo da busca pelo Zé tb é criado por cada participante.
Enquanto eu explicava a proposta, a reação do grupo foi de animação total (mesmo sendo disfarçada em receio, ou impossibilidade projetada), menos Dona Nivalda, uma senhora muito simpática que apareceu hj e neste momento decidiu sair da 'oficina':

"não gosto de abordar as pesoas, ja fui vendedora, mas não gosto, fico incomodada..."

Ainda conversamos um pouco com ela para ver se ela pelo menos iria andar pelas ruas, sem abordar ninguém, que não precisava sair da oficina por conta disto, mas ela preferiu dizer que estava saindo mesmo....
Mas, os outros estavam ansiosos para sair a procura do Zé.

e assim, foram pelas ruas.






Estavam presentes neste segundo encontro:
Isiely, Rômulo, Priscila, Tatiana e Nivalda.

Área de atuação:
Ruas próximas ao Centro Cultural Carlos Gomes.


* frases * ditas * ao * vento * reflexões * imagens *


"eu devo confessar que aproveitei o exercício para ir ao banco e tomar um café, pois eu estou com pressa, mas não sou a única pessoa apressada neste lugar. A cidade está repleta de gente que tem pressa; não vive, só tenta ganhar ou gastar dinheiro. Pelo menos por fora e a primeira vista é a impressão que fica. Ao trabalhar meus sentidos eu percebo que sou uma fútil (rsrsrsrs) pq fixo meu olhar nas roupas que as pessoas vestem; me chama a atenção as mais exóticas, as que misturam cores que estilistas jamais admitiriam.
Mas, eu não me esqueci do Zé...
No banco, eu abordei um homem bem vestido que vinha entrando e sem medo perguntei:

Você viu o Zé?

Ele respondeu "não conheço não" e entrou, não quis conversar comigo.

Depois entrei no primeiro bar para tomar uma café, mas lá eu não podia fumar, então eu perguntei do Zé aos atendentes e quando eles perguntaram "que Zé?" eu disse que era um estudante, assim, com certeza, não o encontraria por ali.
No segundo bar eu podia fumar então pedi um café e perguntei do Zé a quem me entendeu, ele respondeu "tem tando Zé no mundo..."
Estranho, tem tanto Zé no mundo e ninguém viu o Zé...."
*texto escrito pela atriz Isiely Ayres logo após ao exercício.



divulgAÇÃO do OLHO na UNICAMP

equipe de divulgação:
eu, Márcia (fotos), Patrick (apoio moral)


e o Super homem. Sim, ele mesmo; sei que a foto ta escura, mas podem acrditar, encontramos o super homem passeando pela Unicamp. E o melhor é que depois de mostrar seu talento como bailarino (imita o Michel Jackson)numa alucinante 'seguência de oito', contada em alto e bom som, ele prometeu que vai fazer a inscrição e participar do projeto.
que assim seja!!













terça-feira, 3 de abril de 2007

DÚVIDAS QUENTES AO VENTO.


PRIMEIRO ENCONTRO - DiA 02 De ABrIL dE 2006:

Enfim, começamos!
Depois de muitos dias de espera, finalmente chegou a hora de conhecer as pessoas e começar a atuAÇÃO. Quando cheguei no Espaço Cultural Carlos Gomes, as oito e dez da manhã, em conversa com a Nara (ZADA PRODUÇÔES - responsável pelo espaço e parceira do projeto) ainda houve uma cogitação de adiamento ja que o número de inscritos não era muito grande (apenas seis pessoas) e o material de divulgação oficial das Oficinas ainda não tinha chegado, mas por fim decidimos que o melhor era começar.
UMA AÇÃO LEVA A OUTRA - era hora de agir.

O projeto prevê uma continuidade nas Ações realizadas durante estes próximos dois meses, mas como cada encontro vale por si e como cada participante pode se colocar a seu modo dentro dele, não há problemas que novas pessoas surjam.
Trabalha-se na perspectiva de que tudo está em fluxo coletivo, mesmo correndo alguns riscos por esta decisão.
As inscrições continuam abertas, os interessados podem ir se envolvendo ao longo do caminho e serão sempre bem vindos.
Estavam presentes deste primeiro encontro: Isiely, Rômulo, Priscila, Tatiana e o Leandro. área de atuação: Praça das andorinhas. cruzamento da Av. Anchieta com a Bejamin Constan.


Agimos com cadeiras como extenção de nossos corpos hj. Fomos sentar e olhar o espaço e o tempo lá na praça das Andorinhas... quase imóveis.
No decorrer da Ação foram surgindo novas possibilidades, geradas pelos estímulos que nos cercavam; começamos a trocar de lugar, indo sentar na cadeira de outro, fazendo com este tivesse que sair e tb ir atrás de outra cadeira para sentar. Aos poucos 'sentar' passou a ser uma ação diferente do que simplesmente colocar a bunda na cadeira e também gerou-se um jogo entre os caminhos, os trajetos de deslocamentos entre uma cadeira e outra.
O ritmo das ações, inclusive, também mudou, tendo começado no quase estático indo para uma dinâmica mais acelerada durante a Ação. Algumas pessoas que passavam pelo espaço começaram a parar para olhar o que estava acontecendo, chegando a abordar os alguns participantes do projeto com questionamentos típicos de quem quer 'entender' o que acontece...




Frases ditas ao vento:


"eu não to entendendo nada"



"Moça, você pode falar comigo?"



"Ela cheirou uma 'pedra', tenho certeza"

e isto tb influenciou no que estávamos fazendo.
Por fim, voltamos cada um para uma cadeira e ficamos mais um tempo 'apenas olhando' ao redor.
Em mim, esta segunda "sentada" foi completamente diferente da primeira, senti uma conexão maior entre os elementos (corpos e espaço) depois do que ja havia acontecido.


Reflexões:



aproveitar o silêncio.



não querer fazer, desistir de não fazer...



resolver as dúvidas na própria Ação, não perguntar e querer entender tudo.



ESTAR EM REPOSTA, ABERTO, ATENTO.



temos platéia? precisamos? pra quem estamos fazendo?


?imagens!


vento

folhas

passos

uma garrafa plástica chutada por várias pessoas
dúvidas
calor

1974

34 carros



domingo, 1 de abril de 2007

abrir os olhos

amanhã começamos....